Incrivelmente Alto
Ás vezes paro para pensar. Há tantas pessoas que já se foram. Há muitas pessoas que de dia para dia, de semana para semana de mês para mês, de ano para ano nos acompanham, riem-se connosco, discutem connosco,gritam connosco,choram connosco e há aquelas que vão. Começam muito levemente levantando voo, levantando os pés do chão,descolando-se suavemente e olhem,olhem bem, já estão quase lá em cima, um ponto negro no alto do céu. Negro mas é claro, muito claro para nós.
É claro que algumas nos irão acompanhar e não é suavemente,nem levantando voo, essas,são muito pesadas,custa tanto carregá-las que ás vezes nós mesmos gostaríamos de voar,para bem longe. Assim não as carregávamos,voávamos com elas e dançávamos fluidamente sempre,sempre,sempre. Não parávamos. Para quê? Para quê parar? Estávamos tão altas e tão leves que quase adormecíamos sem querer, como uma criança pacífica com um sorriso de anjo. Que não desaparecia, só ela dormia, dormia eternamente.
