Ultimamente tenho andado com a música do pas de quatre do Lago dos Cisnes na cabeça. A verdade é que, por muito cliché que seja, este é um dos meus bailados preferidos. Esta coreografia é também uma das minhas preferidas de sempre. A força de pernas, a velocidade e a sincronização entre as quatro bailarinas deixa-me sempre inspirada e espantada com todo o trabalho que está por detrás do palco. Deixo abaixo o vídeo de uma das melhores versões de sempre (olhem-me para a marcação de cabeça! Tão perfeitas *suspiro*).
...mal me sento no autocarro e olho para a minha direita, vejo uma rapariga a ler. Reparo na capa onde se lê: As Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Acho que nesse dia, ninguém me conseguiu tirar o sorriso parvo com que fiquei no rosto.
Em 2017 foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura um escritor que li, pela primeira vez, este ano: Kazuo Ishiguro. Estreei-me em Ishiguro com Never Let Me Go, um romance de que gostei muito (como podem verificar aqui) e que me deixava curiosa há muuuito tempo (como podem conferir aqui).
Hoje trago uma review de um fantástico conjunto de ensaios do autor de clássicos como Animal Farm e Nineteen Eighty Four.
Alguns destes ensaios podem ser lidos mais como memórias do autor, principalmente o último - Such, Such Were the Joys - em que o autor reflecte acerca de algumas experiências pelas quais passou em criança e adolescente num colégio interno. Assim como o ensaio intitulado Bookshop Memories que, já agora, recomendo a todos os amantes de livros.
Apesar de, estes ensaios mais pessoais e auto-biográficos terem sido os meus preferidos, outros como My Country Right or Left reflectem acerca da posição política de Orwell e, de certa forma, permitiram-me entender a inspiração por detrás de distopias tão macabras como Nineteen Eighty Four.
How the Poor Die foi outro ensaio que me marcou imenso e que, mais uma vez, parece ser base de inspiração para os terrores descritos nos romances de Orwell.
Recomendo a todos aqueles que tenham interesse em conhecer melhor George Orwell, como escritor e como pessoa.
Hoje venho falar do livro que me tirou da gigante ressaca literária em que me encontrava, o livro sobre a minha bebida preferida, o livro do chá!
Este ensaio, publicado em 1906, fala sobre diferenças culturais significativas entre o Ocidente e o Oriente através do ritual do chá. Gostei particularmente da secção das flores em que o autor explica como estas possuem tanto significado e, ainda assim, são tão maltratadas. Gostei também de aprender sobre a história do chá ao longo dos tempos.
A parte em que o autor fala sobre a apreciação estética é também muito interessante. Okakura explica como, por vezes, procuramos uma pintura por ser da autoria de um qualquer pintor conceituado, em vez de a tentarmos apreciar enquanto obra de arte isolada e com mérito próprio.
Quanto à bebida que dá mote a este livro, saberia lá o autor, à época, que um dia se beberia chá vindo de saquetas cuidadosamente embaladas e vendidas em supermercados. Talvez ficasse chocado!