Misty Copeland (a primeira prima-bailarina negra na ABT - American Ballet Theater) recriou, em 2016, alguns dos mais icónicos quadros do mundo: as bailarinas de Degas.
L'étoile (ou La danseuse sur scène), 1876
The Dance Studio, 1878
Danseuse basculant (Danseuse verte), 1879
La Petite Danseuse de Quatorze Ans, 1881
O que acho incrível nestas fotografias é que os próprios quadros de Degas já nos dão a ilusão de movimento. Vê-los ganhar ainda mais vida através desta bailarina é simplesmente incrível. No vídeo abaixo podem ver detalhes sobre a sessão fotográfica que saiu na Harper's Bazaar em Março de 2016.
Fotos: Ken Browar e Deborah Ory
"I definitely feel like I can see myself in that sculpture...
Ballet was just the one thing that brought me to life."
A história começa assim: o Jean-Pierre Jeunet e o Steven Spielberg entram num bar...e sai de lá uma pérola: A Forma da Água de Guillermo del Toro.
No laboratório secreto de alta segurança do governo onde trabalha, a solitária Elisa (Sally Hawkins ) está presa numa vida de isolamento. A vida de Elisa muda para sempre quando ela e a sua colega Zelda (Octavia Spencer) descobrem uma experiência secreta.
Ainda no rescaldo de ter visto este filme há dois dias, aviso já que este post pode ser meio incoerente e eufórico q.b., mas não altero a minha opinião de que todos deviam ver A Forma da Água.
Do reportório filmográfico de Del Toro, que me lembre, vi apenas o Labirinto do Fauno: gostei, mas não adorei particularmente (admito que também já lá vão uns anitos). No entanto, este último trabalho do realizador conquistou-me o coração.
Fui ao cinema, porque já não ia há imenso tempo e apetecia-me arejar um bocadinho. Vi em casa o que estava em cartaz e a sinopse deste despertou-me a atenção. Zero expectativas. Saí da sala de cinema com o coração apertado e aquela vontade de que o filme voltasse ao início e pudesse ver tudo novamente.
É um pouco difícil explicar por que é que este filme é maravilhoso, dado que adorei tudo (mas vá, eu tento).
Em primeiro lugar: a cenografia, os ângulos, a caracterização: A maneira como a vida de Elisa é retratada, a par da música de Desplat e do filtro meio amarelo, fez-me lembrar os filmes do Jean-Pierre Jeunet como a Amélie. A própria Elisa lembra-me um pouco a Amélie: uma heroína tímida e atípica, mas com uma curiosidade que a leva a outros mundos.
Depois temos um argumento original incrível: nada na experiência secreta parece pouco natural ou forçado. Os elementos de "ficção científica" encaixam perfeitamente na história e não surgem como uma situação absurda.
Existem, também, outros detalhes que falam mais alto (para mim pelo menos): tendo em conta que o filme se passa num cenário de Guerra Fria existem personagens que fazem papel de soviéticos. Pelos vistos o Guillermo del Toro teve daquelas ideias fantásticas: Em vez de colocarmos actores americanos a falar com sotaque russo que tal colocá-los realmente a falar russo? Aleluia! Que às vezes esta estratégia do colocar-a-falar-com-sotaque-ridículo-em-vez-de-falar-a-própria-língua-porque-dá-muito-trabalho só me lembra o Brad Pitt no Sacanas sem Lei.
A prestação de Sally Hawkins é simplesmente cativante (ganha-me esse óscar miúda!) e a mensagem do filme é intemporal. O amor, tal como a água, está em todo o lado. Adapta-se a qualquer forma e as maneiras em que surge e os corpos em que se molda são, muitas vezes, o menos importante.
"Unable to perceive the shape of You,
I find You all around me.
Your presence fills my eyes with Your love, It humbles my heart,
Para os dias em que estamos mais em baixo, porque é Carnaval ou simplesmente porque sim, uma playlist que fiz de músicas que me deixam super alegre. Bom fim-de-semana!
Este tem sido "o livro do momento" há coisa de um ano para cá. Senti curiosidade em lê-lo pelas comparações a 1984 de George Orwell (um dos meus livros preferidos de sempre) e, também, para verificar por mim própria se era assim tão bom como toda a gente dizia. Ainda não vi a série televisiva, portanto não tenho meio de a comparar com a obra escrita. Esta vai ser uma review apenas do romance.
Sendo uma distopia, a história passa-se num mundo pós-apocalíptico. O que outrora foram os Estados Unidos da América é agora a República de Gilead. Inspirados pela ideologia puritana original, e com o intuito de aumentar a taxa de natalidade em declínio, nesta sociedade a lei é o Livro da Génesis, que é seguido de forma literal, resultando em consequências tenebrosas para a população. Conhecemos Gilead através de Offred, uma das servas (handmaids) deste novo regime.
"And when Rachel saw that she bare Jacob no children, Rachel envied her sister; and said unto Jacob , Give me children, or else I die."
- Genesis 30:1-3
Vou já deitar isto cá para fora e dizer que não amei este livro e não o considero o supra sumo da batata frita. Pronto, já disse. Em primeiro lugar, eu já devia saber de antemão que não se deve acreditar em comparações de obras. O "world building" de 1984 é detalhado desde o início. Em The Handmaid's Tale, Atwood prefere deixar questões em aberto e apenas sabemos alguns detalhes acerca da vida em Gilead no decorrer da obra e pelos olhos de Offred, não existe pluralidade de pontos de vista.
Em segundo lugar, a escrita pareceu-me, por vezes, um bocadinho over the top: as metáforas não pareciam encaixar naturalmente, como se os recursos estilísticos fossem utilizados só para que as frases soassem de forma mais poética.
Ainda assim, a partir da segunda metade da obra, já houve mais acção por parte da protagonista e gostei mais de acompanhar o conto de Offred e aquilo que ela tinha para nos revelar. O final é aberto,uma estratégia que normalmente não aprecio muito.
No geral, achei uma história com um conceito extremamente interessante, mas com uma execução que não foi exactamente a minha preferida. Aconselho a todos aqueles que gostam de distopias, narrativas subtis e livros com ponto de vista na primeira pessoa.
Audrey Hepburn ficou conhecida como actriz da época de ouro de Hollywood, mas sabiam que o seu sonho de menina era ser bailarina? Apesar de, devido às consequências da Segunda Guerra Mundial não ter podido seguir carreira no ballet, Audrey chegou a dançar em alguns dos filmes que protagonizou, como foi o caso de The Secret People de 1952. Em baixo partilho algumas fotografias de Audrey como bailarina.