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Sweet Stuff

livros, música e desabafos vários.

Sex | 27.03.20

TAG | CALHAMAÇOS 📚

Estando agora mais tempo em casa do que o habitual, pareceu-me a altura perfeita para roubar esta tag à Bárbara e vir falar sobre calhamaços (que para mim é tudo o que é livro com 500 páginas ou mais). 

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1. Maior livro da estante que já leste.

Penso que foi o Jonathan Strange & o Sr. Norrell de Susanna Clarke. São 734 páginas com letra miudinha. Em algumas edições chega a ter mais de mil páginas. Foi um livro que adorei e falei sobre ele nos favoritos de 2018

 

2. Maior livro da estante que não leste.

Mary Queen of Scots de Antonia Fraser que tem 758 páginas. Comprei o ano passado na Escócia e espero ter coragem para lhe pegar ainda em 2020. 

 

3. Calhamaço que tens medo de ler.

Ui, tantos. Assim de repente vou ser cliché e dizer o Guerra e Paz. Já comecei a ler há uns dois anos, por pressão alheia e acabei por deixar passado umas meras 50 páginas. Tenho muito medo de não gostar e que seja uma desilusão. 

 

4. Calhamaço que tens muita vontade de ler.

Parte de mim sonha com o dia em que vou pegar em Proust e no seu Em Busca do Tempo Perdido. Quero muito ler, mas ao mesmo tempo intimida-me (até porque quero ler em francês). 

 

5. Livro grande com uma capa bonita.

Adoro a minha edição do SPQR da Mary Beard. É simples, mas os detalhes em dourado fazem a diferença. Este é outro calhamaço que quero imenso ler (647 páginas). 

 

6. Livro grande com uma capa feia.

Acho a capa desta edição da História Secreta um bocadinho meh. Aliás, para ser sincera não há nenhuma edição deste livro com uma capa que me encha realmente as medidas. 

 

7. Calhamaço que tens vergonha por estar abandonado na estante.
Hum, temos mesmo de falar sobre isso? Ok, se me seguem no Goodreads sabem que supostamente estou "a ler" as Metamorfoses de Ovídio desde Janeiro. Em minha defesa, é difícil ler um livro que, ainda que tenha uma linguagem belíssima, descreve violação atrás de violação...

 

8. Calhamaço que leste e não te lembras de quase nada, ou queres reler.
Quero muito reler o Anna Karénina que é dos meus calhamaços (e clássicos) preferidos. A minha edição tem 799 páginas.

 

9. Último calhamaço que leste.

Acho que foi mesmo A História Secreta de Donna Tartt. Li o ano passado e podem ver a minha review aqui.


10. Livro grande que leste muito rápido.
Ainda que não consiga entender todo o hype à volta deste livro, terminei o The Book Thief (552 páginas) em poucos dias.

 

11. Livro grande que leste devagar.

O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa (544 páginas) levou-me quase seis anos a terminar. Ainda assim, não me arrependo de o ter arrastado, porque acho mesmo que é um livro que se absorve aos poucos. 

 

12. Calhamaço que deixou uma saudade imensa.

As 777 páginas das Mulherzinhas voaram num estante e fiquei com imensa saudade destas meninas. Outro calhamaço que quero reler. 

 

13. Calhamaço que te fez chorar.
Fácil, fácil. Memorial do Convento de José Saramago. 500 páginas de pura maravilha, mas aquele final deixou-me a chorar baba e ranho.

 

14. Próximos calhamaços (a lista de futuras leituras)

  • Terminar as Metamorfoses de Ovídio;
  • Reler a Ilíada de Homero;
  • Mary Queen of Scots, Antonia Fraser;
  • SPQR de Mary Beard;
  • Ouvir o Apollo's Angles (são 23 horas de audiolivro!!! ou 672 páginas). 
Qui | 12.03.20

LER OS CLÁSSICOS | RESUMO 1º TRIMESTRE 📚

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Com o primeiro trimestre do ano a chegar ao fim trago-vos um resumo das leituras que fiz para o desafio Ler os Clássicos organizado pela Bárbara.

 

📖 Janeiro: um clássico publicado antes de 1800

A minha ideia inicial era ler As Metamorfoses de Ovídio, mas já na terceira semana do mês soube que não o ia conseguir terminar a tempo. Por sorte, tinha a subscrição do scribd e aproveitei para ler os Poemas e Fragmentos de Safo em ebook. Gostei imenso desta colectânea e é uma pena que muita da sua escrita não tenha chegado até nós, pois o pouco que chegou é, de facto, maravilhosamente belo. Recomendo a edição que li em Inglês com tradução e introdução de Josephine Balmer. 

 

📖 Fevereiro: um clássico russo

Fevereiro foi um mês caótico para mim e, por isso, não tive tempo para muitas leituras. Ainda assim continuei com a poesia e aventurei-me numa colectânea da autora russa Marina Tsvetayeva. Como disse no Goodreads na altura, não aprovo muito a opção de manter a rima, em vez de preservar o conteúdo. Esta opção torna-se ainda mais questionável no caso de poemas tão intensos e esmagadores como os de Tsvetayeva. De qualquer forma recomendo a leitura desta autora, mas talvez não nesta edição.

 

📖 Março: um clássico escrito por uma mulher

Para Março decidi atacar a minha TBR e pegar em algo da minha estante. A escolha óbvia foi uma prenda que recebi no ano passado: os Contos Completos de Beatrix Potter. Tendo em conta que cresci com estas histórias, escusado será dizer que entrar novamente neste universo foi um deleite. Continuo a guardar um carinho especial pela História do Alfaiate Velhote, que me traz memórias de Natais passados à frente da TV a ver a cassete VHS vezes sem conta. 

Ter | 03.03.20

AUDIOLIVROS: A MINHA EXPERIÊNCIA

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Quem me vai acompanhando aqui pelo blog sabe que 2019 foi o ano em que mais li. Acho que tal aconteceu, em parte, por me ter inscrito no scribd e ter começado a ler alguns e-books aqui e ali.

É claro que continuo a preferir o peso, o cheiro e a experiência de ler em papel, mas, para livros pequenos, os e-books já não me fazem tanta comichão como dantes. Os audiolivros são outra história.

Tentei ler o meu primeiro audiolivro algures em 2015. Lembro-me que foi o Brave New World e que o encontrei completo no youtube. Passado cinco minutos (sem exagero) já não sabia o que se tinha passado na história e dei por mim com sono. Deixei de lado.

Os anos foram passando e as pessoas iam-me contando as maravilhas de "ler" neste formato. Não me convenciam. 

Foi só em 2019, quando me deparei com a variedade de oferta de audiolivros do scribd que decidi voltar a tentar. Comecei um livro de não-ficção chamado Anxiety as an Ally, lido pelo próprio autor. Arrastei-o durante uma semana e depois desisti. 

Sentindo-me um pouco derrotada, mas ainda com fé, decidi tentar outro título. Desta vez um romance intitulado My Name is Lucy Barton. A princípio estava a gostar, mas depois perdia-me, não conseguia ouvir no autocarro por causa do barulho e acabei por desistir novamente.

2020 chegou e eu jurei a mim mesma que não me metia mais a tentar audiolivros, porque DECIDIDAMENTE eles não eram para mim. Pois é, como diz a Maria, trinquei a língua.

Encontrei um livro que já queria ler há algum tempo em áudio e experimentei. Não consegui parar de ouvir. Dei por mim a rir em voz alta, a voltar atrás para ouvir novamente certas frases e acabei-o num instante.O bicinho pegou e tentei mais outro que não me cativou. Escolhi outro título há pouco tempo e estou a adorar.

O que aprendi com a minha experiência dos audiobooks? Às vezes não é amor à primeira vista, mas à terceira, quarta, ou quinta.

Também já sei que prefiro ouvir não-ficção a ficção, prefiro ouvir mulheres a narrar do que homens, tenho alguma dificuldade com certos sotaques e nem todos os livros vão ser para mim (como é óbvio).

Quando fiz as pazes com isto (e com o facto de não conseguir ouvir nada no autocarro), descobri que, afinal, isto dos audiolivros até tem uma certa piada.

 

E vocês, gostam de audiobooks, ou nem por isso?