ACHO QUE ME TORNEI NUMA CAT LADY...🐈
Se há tópico de conversa mais velho que a Sé de Braga é a eterna questão entre cães e gatos. "Qual preferes? Qual gostarias de ter em casa?"
Na minha família tívemos sempre cães, mas quando era bem pequenina tínhamos gatos. As minhas memórias em relação a estes bichos são vagas. Lembro-me mais do afecto que o meu irmão nutria pelo Bolinhas, do que qualquer outra coisa.
A verdade é que, não sei bem como, fui crescendo com esta ideia limitadora de que uma pessoa era ou fã de cães, ou de gatos, ou de nenhum dos dois. Assim sendo, fui me incluindo na equipa cães. Até hoje admiro a lealdade destes animais, a predisposição para a brincadeira e o instinto de protecção. Os cães são maravilhosos. Os gatos não me apelavam tanto. Vivi a pensar que eram mal-criados, demasiado independentes e que passavam a vida no sofá a julgar-nos com o olhar. Há uns anos descobri que estava enganada.
O gato que vive cá em casa não é nada daquilo que pensava. A brincar, costumo dizer, que é um "gato-cão". Se não, vejam. Em vez de ficar sentado no sofá, vem receber-me quando chego a casa. Ainda que, muito independente e senhor de si, gosta de me pedir miminhos e sentar-se ao meu colo. Além disso, é capaz de ficar horas a roçar-me as pernas e a convencer-me a dar-lhe mais comida.
Este bichano ensinou-me uma grande lição. Que o mundo não é preto e branco. Que aquilo que dizemos não gostar hoje, não será o mesmo amanhã. Que cada um tem as suas qualidades e defeitos e não são esses defeitos que nos vão fazer gostar menos de alguém. É oficial amigos. Após anos em negação, acho que me tornei numa cat lady.