CALENDÁRIO D'ADVENTO #14 | CÉREBROS IMPERFEITOS
e suas injustiças
O meu cérebro está sempre a pregar-me partidas. Diz-me que se eu continuar a olhar continuamente para um monitor vou eventualmente ter uma ideia brilhante quando essa, simplesmente, não é a realidade. Tenta convencer-me que não fazer pausas é o ideal, quando só me vai deixar frustrada e mal-disposta. Ousa até sugerir que se eu beber cacau quente ao final da tarde, vou conseguir adormecer rapidamente à noite. Hahaha, não, não vai acontecer. O trabalho de ser humano é um trabalho de manutenção que às vezes se torna esgotante. É injectarmos doses de auto-motivação quando sentimos que não temos capacidade para tal, é fintarmos as rasteiras que o nosso cérebro armadilha, é não sucumbir à procrastinação, ou à auto-comiseração, e é também calarmos os demónios da nossa mente que gostavam que a nossa auto-estima se mantivesse lá em baixo. Ser humano é difícil, por isso para quê culparmo-nos se algo correu menos bem, ou cometemos um deslize? O importante é reconhecer e avançar. É normal, é humano. Tal como o nosso cérebro perfeitamente imperfeito.