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Sweet Stuff

livros, música e desabafos vários.

Qua | 09.09.20

COMPARANDO EDIÇÕES DO NOVO LIVRO DA FERRANTE

O novo romance da Elena Ferrante chegou a Portugal no início deste mês e, sendo eu fã da autora,  estou entusiasmada para o ler. Enquanto o livro não me chega às mãos, entretenho-me a comparar as diversas edições deste livro com uma sinopse tão intrigante. Ora atentem:

«Dois anos antes de sair de casa, o meu pai disse à minha mãe que eu era muito feia» é a frase inicial deste romance. A revelação é feita por Giovanna, que ao olhar paterno se transformara de criança encantadora em adolescente imprevisível, que parecia tornar-se cada dia mais parecida com a desprezada tia Vittoria. A frase ouvida sem que os pais o soubessem vai levar Giovanna a procurar conhecer a tia, cujas fotografias foram apagadas dos álbuns de família e é evitada em todas as conversas."

 

 

1. Esta é a capa da versão original, em italiano. Parece-me uma escolha sóbria e simples, mas eficaz. Deixa-nos intrigados: o que estarão aqueles mãos a agarrar? A sua própria sombra? Um espelho? Gosto desta ideia de não sabermos qual o rosto desta menina que, pelo que sabemos, ficou "muito feia." A versão espanhola também utilizou esta capa.

 

2. Esta, num laranja garrido, é a versão em Inglês. Não sou grande fã de livros com fotografias de rostos na capa (parece-me que limita a imaginação do leitor), mas de todas as edições que decidiram utilizar fotografias, esta é das minhas preferidas. Acho interessante a rapariga estar por detrás daquela cor e termos o V desenhado, como um véu pelo qual conseguimos espreitar. Também gosto deste tipo de letra (Abril Fatface, talvez?)

 

3. A versão alemã, com as suas ilustrações de uma Itália solarenga, dá-me a ideia de que este é um romance de verão YA leve e fofinho. Está bonita, mas não me parece que vá ao encontro da sinopse.

 

4. Depois temos a versão brasileira. Por onde começar? A ideia do rosto perfeito desconstruído é interessante, mas a menina por detrás também parece uma boneca. Se o objectivo era inquietar, foi bem conseguido, mas devo admitir que não gosto do resultado final. Aquele título a amarelo fluorescente também não ajuda.

 

5. Apresento-vos a minha versão preferida. Adoro tudo nesta edição sérvia. A paleta de cores, a escolha de não revelarem o rosto e o detalhe dos pais da menina terem as caras riscadas. É genial e acho que se enquadra perfeitamente com a sinopse do livro.

 

6. Por fim, temos a edição portuguesa. Confesso que já gostei menos desta capa. A princípio fiquei chocada com a falta de coerência entre esta capa e as dos outros livros da autora editados por cá (têm uma paleta de branco e encarnado e fotografias em recortado). Agora já me habituei. Gosto da menina ter sardas e do gesto que ela faz para esconder o rosto. Ainda assim, se era para ser uma fotografia, preferia a preto e branco. 

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