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Sweet Stuff

livros, música e desabafos vários.

Qua | 17.07.19

DANCER: QUANDO AQUILO QUE AMAMOS TAMBÉM É AQUILO QUE NOS DESTRÓI

“You have to love dancing to stick to it. It gives you nothing back, no manuscripts to store away, no paintings to show on walls and maybe hang in museums, no poems to be printed and sold, nothing but that single fleeting moment when you feel alive.”

― Merce Cunningham

 

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Dancer é um documentário de 2017 realizado por Steven Cantor que conta a história do bailarino ucraniano Sergei Polunin. Tendo sido promovido para bailarino principal da Royal Ballet aos 19 anos (tornando-se o mais jovem bailarino principal na história da companhia), Polunin chocou o mundo da dança quando declarou que ia abandonar a Royal Ballet em 2012.

 

Desde então começaram a surgir perguntas: por que é que um bailarino prodígio como Polunin se afasta no pico da sua carreira?  Será que quer recuperar a infância que não teve? Estará envolvido em escândalos de drogas?  O que é que aconteceu?

 

Neste documentário, Cantor convida-nos a descobrir quem é este bailarino, levando-nos numa viagem à sua infância na Ucrânia, passando pela Rússia e Inglaterra e culminando no making-off do vídeo que o tornou conhecido em todo o mundo em que Polunin dança ao som de Hozier aquela que ele planeava ser a sua última performance de sempre.

 

Dancer é um documentário incrível que me fez ficar à beira das lágrimas. Cantor consegue mostrar-nos através da história de vida de Polunin como aquilo que amamos é, muitas vezes, aquilo que também nos destrói. 

 

A história de Polunin é, assim, a de um jovem que procura desesperadamente esse equilíbrio entre o perfeccionismo e a loucura. Aquilo que o faz sofrer, também é aquilo que o faz sentir vivo. Como espectadores ficamos até ao fim do documentário a testemunhar esta relação conturbada do artista com a sua arte, vendo como um bailarino se desencanta e volta a apaixonar-se pela dança uma e outra e outra vez.