Diário de uma Bailarina #11 | O dia em que assisti a um bailado
Foi em Dezembro do ano passado que fui ver um bailado pela primeira vez. Na altura prometi que vos contava tudo e a verdade é que fui adiando e, só hoje, quase um ano depois é que venho relatar a experiência.
O primeiro bailado que vi foi La Bayadère numa produção da Companhia Nacional de Bailado. Este bailado, passado na Índia, conta-nos a história trágica de amor entre o guerreiro Solor e a dançarina Nikia. Não sabia nada sobre a história antes de ir assistir, mas recebemos um folheto com uma sinopse de cada acto antes de entrarmos na sala (o que me deu imenso jeito digo já).
Sei que isto é dizer pouco, mas, na altura, nunca tendo assistido a um bailado (nem ao vivo nem no youtube), fiquei maravilhada. Para muitas pessoas talvez fosse apenas mais um bailado, ou apenas mais uma versão da Bayadère, das 354 que já tinham visto, mas para mim foi a primeira vez.
E na verdade, penso que é para pessoas como eu que os artistas se esforçam tanto. Estes bailarinos executam a mesma história, com as mesmas coreografias vezes e vezes em conta, mas haverá sempre uma alminha (criança no tamanho ou no coração) para quem todo aquele mundo vai parecer diferente e mágico e, por isso todas as noites eles têm de dar o seu melhor.
Não sei bem explicar o que senti enquanto estava sentada naquela sala abafada a assistir ao meu primeiro bailado, posso apenas dizer que o ballet não é só para alguns: é para todos. Se nunca foram ver um bailado, pois têm medo de não compreender ou não gostar, sigam o meu conselho e comprem um bilhete. Tenho a certeza de que não se vão arrepender.
PS: No passado dia 18 de Novembro (Sábado) a RTP2 transmitiu uma performance incrível da Bayadère no teatro Mariinsky. Se tiverem gravações automáticas podem ir ver e maravilhar-se!