EM DEFESA DAS MÚSICAS TRISTES
Para muitos o conceito de ouvir músicas tristes quando se está em baixo pode parecer bizarro. Para quê deprimir, quando já se está deprimido, certo? Bem, a verdade é que eu adoro as chamadas "músicas tristes". De facto, não só gosto de músicas tristes, como preciso de as ouvir especialmente quando a vida não me sorri.
Há uma certa qualidade catártica em permitirmo-nos escutar deliberadamente uma música triste. Torna-se ainda mais pertinente nos momentos em que a vida nos prega uma rasteira. No meu caso funciona como uma terapia. É como uma maneira de eu dizer a mim mesma: "está tudo bem, esta situação ainda te afecta, mas podes deixar as emoções fluir".
Pode ser que um dia a minha visão mude, mas por agora escolho a catarse das músicas tristes: por vezes começa com dor, mas acaba sempre com aquele sentimento de coração cheio que só a arte proporciona. A sensação maravilhosa de vermos o nosso reflexo no espelho da humanidade.