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Sweet Stuff

livros, música e desabafos vários.

Seg | 11.12.17

Falemos sobre Livros de Colorir

Venho atrasada para a festa, porque os livros de colorir para adultos já estão entre nós (leia-se portugueses) há algum tempo. Ainda assim, não queria deixa de dar o meu parecer sobre esta moda que uns acham fantástica e outros ridícula.

 

A verdade é que, quem se lembrou de criar este tipo de livros, não descobriu nada de novo. Não é preciso ser um génio para perceber que pintar é, efectivamente, uma actividade relaxante. Quem é leitor veterano aqui do blog, se calhar, até se lembra que durante sete anos frequentei aulas de pintura e posso garantir, com toda a certeza, que estar sentada a pintar, era algo de terapêutico.

 

Não sendo psicóloga, ou coisa parecida, aventuro-me, ainda assim, a propor uma resposta à questão que parece inquietar muitos: afinal de contas, por que é que pintar nos acalma? 

 

Diria que, tal como outras formas de arte, pintar e/ou desenhar exige total concentração e paciência. Há todo um ritual envolvido na escolha dos pincéis, na mistura das tintas, nos tons dos lápis de cor. Um desenho ou um quadro não são instantâneos. (Pelo menos por enquanto) ainda não é possível fazer download de telas com o trabalho que imaginámos já concluído, sem precisarmos de mexer um dedinho.

 

Além disso, enquanto crianças, pelo menos durante a minha geração, éramos incentivados a pintar e a desenhar. Para aprender a tocar piano são necessários anos, mas para "fazer rabiscos" estamos todos mais ou menos habilitados. Sim, existiam (e ainda existem) métodos exageradamente severos quanto a "sair fora da linha". Na escola primária fui ensinada a pintar de uma certa forma e a desenhar de uma determinada maneira, mas, ainda assim para muitos miúdo, como eu, colorir não deixava de ser uma actividade divertida.

 

E então, por que é que os livros de colorir são tão populares?

Como já vimos, seja para adquirir motricidade fina, ou para levar a que se inscrevam todos em Belas-Artes, na escola, os miúdos são incentivados a pintar.

Depois, a actividade de pintar é efectivamente relaxante. Colorir implica ficarmos absorvidos numa atmosfera onde tudo acontece lentamente e cada cor consiste numa decisão ponderada. O que, a meu ver, contrasta com os padrões de instantaneidade e rapidez do mundo contemporâneo. 

 

que é que eu concluo de tudo isto? Que os livros de colorir para adultos são completamente inofensivos. Não os acho ridículos. Se for preciso colocar adultos a preencher bonecos dentro das linhas para se lembrarem do que é não ter pensamentos na cabeça, que seja. Na verdade, não há nada que me lembre mais da minha infância. 

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