Never Let me Go | Kazuo Ishiguro
Never Let Me Go conta a história de Kath, Tommy e Ruth enquanto estes crescem num colégio interno em Inglaterra. A narrativa é contada em analepse na perspectiva de Kath vários anos após a sua infância e adolescência.
Este livro é classificado como ficção científica, porém durante grande parte da narrativa nada me pareceu muito diferente face ao "mundo real". O mistério acerca da vida destas crianças desenvolve-se lentamente. Não existem referências a pais ou qualquer tipo de parentes, os professores estão sempre a relembrar os alunos de que estes são especiais e a sua "arte (isto é: os desenhos que eles fazem) são muito importantes.
Não sei bem o que esperava deste livro, mas com certeza não era isto. Aquilo que eu estava à espera que acontecesse desde o início, apenas aconteceu para o fim da história. Uma das personagens irritou-me imenso e foi difícil aturá-la, mas como tudo, acabei por entender o seu ponto de vista.
Este livro não é perfeito (para mim, obviamente), daí não lhe ter atribuído as cinco estrelas. Não gostei da forma como muito do vocabulário era repetitivo (palavras como daft estavam constantemente a aparecer) e existia uma estrutura que se tornava aborrecida, pois frequentemente, ao relatar os episódios dos seus tempos de escola Kath explica como ao início aquele evento não pareceu importante, mas depois acabou por se revelar fundamental nas relações que tinha com os seus amigos. Esta estrutura do parecia-irrelevante-e-afinal-não-era foi usada até à exaustão.
Não quer isto dizer que não tenha gostado muito deste livro. Adorei a forma como o autor foi casualmente deixando pistas sobre a identidade dos personagens e a forma como os seus destinos estavam traçados. Kath, Tommy e Ruth pareceram-me muito reais e palpáveis, muito humanos.
E claro, como chorana que sou, tenho de pôr o aviso aqui para os que são como eu: o final partiu-me o coração. Da melhor maneira possível.
Classificação final: 4 estrelas