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Sweet Stuff

livros, música e desabafos vários.

Qui | 09.09.21

SÃO SÓ COISAS...CERTO?

uma divagação pouco científica sobre consumo

inspo28.jpgfonte: New York Magazine

Escrevo este post sentada à minha secretária. Não deitada num colchão estendido num sótão húmido, ou numa mesa de campismo enterrada na lama. A partir de uma secretária: isto sim, é um verdadeiro luxo. Se há coisa que fazer obras e/ou mudanças nos mostra é a quantidade absurda de objectos que possuímos. Sim, tive saudades de ter mobília (minha querida estante), mas apercebi-me que uma pessoa consegue sobreviver sem grande parte das coisas que julga serem indispensáveis.

Agora que já tenho mobília de volta e os meus livros organizados, dou por mim a reflectir nisto de consumir coisas, de comprar coisas, de ter coisas. Há uns anos, li o livro da Marie Kondo sobre arrumação. Cheguei a fazer um post aqui sobre as dicas úteis que aprendi com este livro. Apesar de ter gostado do entusiasmo e abordagem da autora, livros como o da Marie fizeram-me concluir que não sei se alguma vez vou conseguir acertar nisto do minimalismo.

Porquê? Bem, não tenho remorsos em deitar roupa fora (se já está demasiado velha para usar/não serve/não uso), mas não posso dizer o mesmo de muitas outras coisas que pairam cá em casa. Por outro lado, não sou indiferente aos impactos que o consumo tem no nosso planeta e na vida de quem produz aquilo que (muitas vezes de forma desenfreada) compramos. 

Há uns meses, quando ainda *não* vos escrevia sentada à secretária, encontrei um vídeo que reconciliou um pouco estes meus sentimentos contraditórios relativamente ao consumo. Nele, Paola explica como vive de forma simples, em vez de minimalista. Isto significa aceitar o facto de que vamos sempre consumir, mas podemos escolher consumir de forma diferente: trocar, reutilizar, comprar em segunda mão, etc.

Identifiquei-me muito com esta ideia de ser uma coleccionadora de coisas bonitas. Também eu acredito que as coisas bonitas podem acrescentar valor às nossas vidas. Isto não significa estar emocionalmente dependente delas, mas sim que posso viver num local que contém objectos que me transmitem paz e alegria. Tais como os postais que recebo da minha penpal, ou as aguarelas de mulheres artistas que adoro apoiar. Acho que comprar conscientemente também é isso: tornar o dia de alguém mais bonito.

Por aqui, a decoração continua. Estou muito aliviada por já ter as minhas coisas no seu devido lugar e, quem sabe, se ainda não me desfaço de algumas. Afinal, são só coisas...certo? 

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