Na semana passada regressei a uma das minhas lojas preferidas: a Carbono. É uma loja de discos que fica perto da Av. da Liberdade e tem uma variedade enorme de vinis e cd's. Não vou lá lá muitas vezes, para não ficar tentada a comprar tudo e mais alguma coisa, mas na minha última visita tive mesmo de trazer comigo o Far da Regina Spektor, um dos meus álbuns preferidos de sempre.
(Re)ouvir este álbum deu-me vontade de voltar ao piano, por isso sentei-me ao teclado e refresquei a memória de algumas melodias que aprendi quando estava a ter aulas Senti-me motivada para voltar a tocar e, por isso, agora, ando à caça de livros que me possam ajudar a aprender a ler partituras e a juntar as duas mãos. Descobri dois que me parecem bastante úteis: How to Read Music de Roger Evans e The Leila Fletcher Piano Course Book. Na verdade é como a Inês disse, temos mesmo de saber "roubar tempo" para nos podermos dedicar às coisas de que mais gostamos.
O meu pai continua a perguntar-me com aquele ar de espanto: "mas alguém ainda compra cd's?!?" e eu respondo que sim, quando na verdade sei que faço parte de uma minoria. Possuo agora os meus dois álbuns preferidos de Regina Spektor. No entanto, ainda quero adquirir o Begin to Hope (que não encontrei lá na Carbono). Fica para o próximo passeio por Lisboa.
Se tiverem recomendações de livros para aprender a tocar piano deixem nos comentários por favor!
Este tem sido "o livro do momento" há coisa de um ano para cá. Senti curiosidade em lê-lo pelas comparações a 1984 de George Orwell (um dos meus livros preferidos de sempre) e, também, para verificar por mim própria se era assim tão bom como toda a gente dizia. Ainda não vi a série televisiva, portanto não tenho meio de a comparar com a obra escrita. Esta vai ser uma review apenas do romance.
Sendo uma distopia, a história passa-se num mundo pós-apocalíptico. O que outrora foram os Estados Unidos da América é agora a República de Gilead. Inspirados pela ideologia puritana original, e com o intuito de aumentar a taxa de natalidade em declínio, nesta sociedade a lei é o Livro da Génesis, que é seguido de forma literal, resultando em consequências tenebrosas para a população. Conhecemos Gilead através de Offred, uma das servas (handmaids) deste novo regime.
"And when Rachel saw that she bare Jacob no children, Rachel envied her sister; and said unto Jacob , Give me children, or else I die."
- Genesis 30:1-3
Vou já deitar isto cá para fora e dizer que não amei este livro e não o considero o supra sumo da batata frita. Pronto, já disse. Em primeiro lugar, eu já devia saber de antemão que não se deve acreditar em comparações de obras. O "world building" de 1984 é detalhado desde o início. Em The Handmaid's Tale, Atwood prefere deixar questões em aberto e apenas sabemos alguns detalhes acerca da vida em Gilead no decorrer da obra e pelos olhos de Offred, não existe pluralidade de pontos de vista.
Em segundo lugar, a escrita pareceu-me, por vezes, um bocadinho over the top: as metáforas não pareciam encaixar naturalmente, como se os recursos estilísticos fossem utilizados só para que as frases soassem de forma mais poética.
Ainda assim, a partir da segunda metade da obra, já houve mais acção por parte da protagonista e gostei mais de acompanhar o conto de Offred e aquilo que ela tinha para nos revelar. O final é aberto,uma estratégia que normalmente não aprecio muito.
No geral, achei uma história com um conceito extremamente interessante, mas com uma execução que não foi exactamente a minha preferida. Aconselho a todos aqueles que gostam de distopias, narrativas subtis e livros com ponto de vista na primeira pessoa.
Alguns de vocês ainda se devem lembrar da Lera, a minha penpal russa. Há uns dias ela enviou-me uma carta com várias prendinhas lá dentro. É tudo tão giro que tinha mesmo de vos vir mostrar.
Não se deixem enganar pela caixa! O que está dentro deste envelope é, não uma carta, mas sim chocolate! Haverá melhor prenda que bombons de chocolate negro? Pois, também me parece que não!
Dois postais: Moscovo e S. Petersburgo.
Porque cadernos e marcadores nunca são suficientes, mais uns para a minha colecção!
E, para finalaizar: podem ver como os marcadores magnéticos dos gatinhos combinam perfeitamente com os livros da minha estante!
*In case you're reading this: Thank you so much Lera, you are the best!*
Antes de mais bom ano! Voltei de uma longa viagem e estou de volta à secretária e ao teclado para vos falar dos livros que mais me marcaram em 2017. Vamos a isto!
1) NEVER LET ME GO DE KAZUO ISHIGURO
Como dizia o outro, começando pelo início, não podia deixar de mencionar Nunca Me Deixes de Kazuo Ishiguro. Li este livro em Fevereiro e cheguei a fazer uma review completa aqui no blog. Figura nesta lista por ter sido nada daquilo que eu estava à espera (no bom sentido). É uma história envolvente e triste que me deixou a pensar passados largos meses após a ter lido.
2) PYGMALION DE GEORGE BERNARD SHAW
E eis outro livro que também teve direito a review aqui no blog. Curiosamente lida também em Fevereiro, esta foi uma peça que me agradou imenso. A linguagem é aquilo de que mais gosto: carregada de ironia e sarcasmo. Fez-me querer ler mais do autor e foi, sem dúvida, dos livros mais engraçados que li este ano.
3) HOW MANY MILES TO BABYLON? DE JENNIFER JOHNSTON
Já deu para perceber que quando adoro um livro faço review aqui no blog certo? Esta obra encaixa-se num dos géneros que mais gosto de ler: coming of age, ou seja, livros que mostram a evolução de uma personagem normalmente de criança/jovem para a maturidade. Passa-se durante a Primeira Guerra Mundial portanto esperem choradeira. Está nesta lista por ser um dos relatos de amizade mais bonitos que já li. Resumindo: PAREM O QUE ESTÃO A FAZER AGORA E LEIAAAAM.
4) LITTLE WOMEN DE LOUISA MAY ALCOTT
Reparei agora que este é o único da lista que não teve direito a review aqui no blog (ups), mas não é por isso que gosto menos dele. Este calhamaço de 777 páginas conta-nos a história das irmãs March, que crescem numa América pós-guerra civil, desde a sua juventude até à idade adulta. É daqueles livros que tem tudo: faz-nos rir, faz-nos chorar, faz-nos querer pegar no início e ler tudo outra vez.
5) A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER DE MILAN KUNDERA
Outra das surpresas literárias de 2017 foi este clássico moderno de Kundera. Já tinha ouvido falar muito sobre o livro, mas nunca tinha sentido curiosidade de o ler. Até um dia em que me sentia particularmente em baixo e trouxe-o da biblioteca comigo. Zero expectativas. Acabou por se tornar um dos meus livros preferidos do ano. Fiz review aqui onde podem ler a minha opinião em mais detalhe. Não é um livro para todos, mas é daqueles em que apetece gravar cada frase e reflexão que o autor nos deixa.
Esta é uma edição do manuscrito orginal escrito por Carroll intitulado Alice's Adventures Underground. É diferente da obra que veio a ser publicada, pois muitas das personagens como o Chapeleiro Louco e o Gato de Cheshire ainda não constavam no manuscrito. As ilustrações são de Charles Santore e inclui ainda uma entrevista a este ilustrador e uma introdução à obra.
Juro que tentei colocar poucas fotos deste livro, mas foi difícil. Esta edição é uma das minhas preferidas e faz parte da Macmillan Collector's Library. Possui as duas histórias, uma introdução à obra e também as ilustrações originais de Tenniel. No entanto, em vez de estarem a preto e branco, as ilustrações são coloridas. Gosto muito dos detalhes desta edição como as extremidades a dourado e o marcador de tecido. Sem a sobrecapa o livro é azul bebé com o título a dourado, como podem ver na última foto.
Esta edição já apareceu algumas vezes aqui no blog. É da colecção Leatherbound da Barnes and Noble e foi uma prenda de Natal do ano passado. Possui as duas histórias, assim como as ilustrações originais de Tenniel. As fotografias não lhe fazem justiça porque ao vivo, este livro, é ainda mais lindo.
A última edição que vos tenho a mostrar é um audiolivro da primeira história: As Aventuras de Alice no País das Maravilhas lida por Mafalda Leite. Para além dos cds, esta edição contém um pequeno livrinho intitulado Alice de A a Z onde são relatados factos acerca do universo de Alice por ordem alfabética.
Gostaram das minhas edições de Alice? Podem ver a primeira parte aqui.