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Sweet Stuff

livros, música e desabafos vários.

Ter | 01.02.22

VIRA O DISCO E TOCA O MESMO

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Há dias em que dou por mim a identificar-me com personagens de uma animação Disney. A procrastinar aquilo que me sinto incapaz de fazer, a deixar de cuidar de mim, até catastrofizar o título deste post sou capaz. A minha ansiedade é gira, assim. Vira o disco e toca o mesmo: no futuro, alguém saberá de onde é que veio esta expressão? Haverá discos de vinil? Haverá música? E os miúdos que usam o Word, hoje, sabem por que é que o botão de guardar ficheiro é aquele símbolo? E se um dia me esquecer o que é uma disquete? E se, e se, e se?

Houve uma fase (ainda não muito bem ultrapassada) em que tive a obsessão clássica com a morte. Não o medo de morrer sem responder a todos os e-mails que me faltam, mas sim aquele reality check que as crianças costumam ter aos seis. Então, espera lá, aqueles que amo não vivem para sempre? Como assim? Então será que a alegria é válida? Será que não é só uma distracção do inevitável? Estaremos todos iludidos a entreter-nos nos nossos pequenos mundos para não doer muito?

Agora que o interminável Janeiro chega ao fim, quero atrever-me a celebrar um novo capítulo. Afinal de contas, se somos todos cadáveres adiados, que mal haverá em rir? Vou virar a página do calendário sabendo que não é só o Ano Novo Chinês que começa hoje; é o meu ano de alegria estúpida, também. 

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